Líderes da Nova Geração

O consultor especializado em empresas familiares Ivan Lansberg, presente no Fórum HSM: Gestão de Empresas Familiares 2010, realizado nos dias 18 e 19 de maio, concorda que ser o filho do dono é um ônus no início, mas que, quando bem administrado, passa a ser uma vantagem, um verdadeiro bônus. É por isso que ele considera a educação e toda a bagagem que se puder adquirir fora da empresa de importância fundamental para passar pelos testes de legitimação da liderança.

O primeiro tipo de teste tem a ver justamente com a qualificação. “Envolve o currículo da pessoa, é a narrativa de tudo o que ele fez antes de chegar àquela posição. Por isso afirmo que é válida a experiência em outras organizações e em qualquer lugar onde o sobrenome não importe. Ali o indivíduo é exposto ao risco da avaliação e se expõe ao risco de fracassar.” Ainda sobre esse tema, Lansberg chama a atenção dos pais que querem manter seus filhos protegidos. Irá chegar um momento em que será necessário lhes dar responsabilidades reais com prestações de contas reais para que eles ganhem credibilidade.

O segundo tipo de testes são aqueles que o próprio líder se impõe e tem a ver com as promessas que se faz, com os objetivos que se quer atingir. “Você precisa deixar claro o que quer e a partir do momento em que abre a boca as expectativas ficam grudadas em você de qualquer maneira”. Ele conta um caso de um motorista de uma empresa de moda que foi buscá-lo em um aeroporto certa vez. No meio do papo, perguntou como estava a corporação e o funcionário disse que havia três primos brigando pelo poder. Um deles comentou que não gostava da gravata do motorista. O motorista respondeu que era a única que ele tinha e ouviu a promessa de receber meia-dúzia delas novas. “Isso já faz mais de um mês e até agora nem sinal das gravatas”, reclamou o motorista. “Isso é péssimo para construção de credibilidade desse primo, pois na empresa ele fará o mesmo: reclamará, se comprometerá a mudanças e não vai cumprir depois.”

Os testes circunstanciais são aqueles que envolvem situações difíceis de administrar, como por exemplo, a que o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, viveu durante e após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Ele estava com a popularidade em baixa e por sua atitude se transformou em um símbolo positivo daquela tragédia, um herói. Em outro exemplo, fala de quatro parentes que disputavam um lugar na empresa da família e houve a necessidade de se mudarem dos Estados Unidos para administrar uma crise na filial alemã. Três se recusaram, disseram que não iam mudar sua vida e que seria difícil lidar com as demissões. Um deles topou e acabou provando sua capacidade.

O último tipo de teste é aquele que envolve as capacidades políticas do indivíduo. Toda liderança gera atrito, inveja, cobiça, admiração e é preciso ser compreensivo em relação aos dois lados de cada moeda. “Um líder não pode se magoar na primeira casca de banana que jogam em seu caminho, muito menos encara isso de maneira pessoal. Lidar com essas situações é mais fácil com equipes bem formadas e que possam ajudar com massa crítica, não apenas concordando com tudo”, explica.

A conclusão de Ivan Lansberg é a de que todos esses testes são coisas que já vêem atreladas a função de líder, estão na descrição da vaga e vão acontecer sempre. “O importante é deixar a ingenuidade de lado e saber que isso vai ocorrer. E vai ocorrer sempre”, finaliza.


Fonte: HSM Online

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