Aprendizagem organizacional: por que é tão difícil mensurá-la?

 A falta de homogeneidade nas escalas de mensuração e de conceitos podem ser os principais fatores da dificuldade encontrada para mensurar a aprendizagem organizacional (AO).



    Estudo publicado há pouco tempo na revista Organizações & Sociedade, de autoria dos professores Edson Oliveira Neves* (IFNMG) e Andrea Valéria Steil** (UFSC), com base na literatura mundial disponibilizada nas bases de dados Web of Science e SciELO sobre mensuração da aprendizagem organizacional encontrou diversas abordagens sobre o tema. Na literatura selecionada por meio de diversos critérios foi observado que há diversas associações de AO com aprendizagem dos indivíduos, dos grupos, organizacional e interorganizacional, por conseguinte, diversas escalas de mensuração da AO.

    A AO é entendida sob diversos aspectos, e os pesquisadores destacaram alguns mais relevantes propostos por diversos autores mundiais. Pode ser vista como “desenvolvimento de competências organizacionais”, “manifestação histórica e das experiências organizacionais em rotinas”, “processo de detecção e correção de erros”, “combinação de processos que envolve memória organizacionais e aquisição”, “distribuição e interpretação de informações”, e “o potencial da organização de agir de forma eficaz”. Destaca-se que muitas abordagens associam a AO, também, à inovação.

    O que se observou é que há uma falta de convergência entre as medidas de AO adotadas, assim como os conceitos teóricos. Ademais, há necessidade de avanços nas pesquisas sobre mensuração do construto nos diferentes domínios.

Esses domínios dizem respeito à “renovação organizacional - aprendizagem organizacional ocorre por meio de exploração e explotação”, “ocorre pelo processamento de informações e conhecimentos”, “com foco em tecnologias, inovação e desenvolvimento de produtos”, e “com foco em eficácia organizacional, tomada de decisões e escolhas, orientação das ações da organização”.

    Em suas considerações, os pesquisadores destacam que há uma grande “gap” em torno de pesquisas sobre o tema e que, por dificuldade na definição de “medidas”  e “desenvolvimento de instrumentos” que permitam a mensuração e avaliação da AO, outras pesquisas sobre o tema são essenciais para possibilitar avanços científicos, pois, conforme explicado por eles, a maioria dos achados nas bases de dados são relativamente recentes, em sua maioria a partir de 2008.  Destacam, ainda, que grande parte advém de autores norte-americanos e asiáticos e que, o fato de se ter utilizado de apenas duas bases de dados, é possível expandir as buscas pelo tema em outras, tais como: Scorpus, Sciense Direct, EBSCO, dentre outras.

Fonte: NEVES, Edson Oliveira; STEIL, Andrea Valéria. Medidas de aprendizagem organizacional: Revisão de literatura e agenda de pesquisa. Revista Organizações & Sociedade. v. 26, n. 91, p. 708-728, out-dez, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/1984-9260915


* Edson Oliveira Neves
Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor do Departamento de Ciências Administrativas do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) - Montes Claros (MG), Brasil. E-mail: edson.neves@ifnmg.edu.br. http://orcid.org/0000-0001-8043-6602

**Andrea Valéria Steil
Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora do Programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento e do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - Florianópolis (SC), Brasil. E-mail: andreasteil@egc.ufsc.br. http://orcid.org/0000-0001-7853-6532




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